Tipo Colérico
Características positivas
O tipo colérico é determinado, persistente, objetivo e explosivo. É passional, emotivo, dramático e intenso. Gosta de liderar, resolver problemas e tomar a iniciativa. É rápido e busca resultados. É motivado pelo desafio. Também é leal, fiel e generoso, o que o faz abominar a traição. Procura o domínio, mas não precisa ser o centro de atenções. É forte, corajoso e tem grande poder de concentração. Gosta de luxo. Pode ser extrovertido, mas geralmente é reservado. Direto e franco, não gosta de rodeios e insinuações. Apesar de não apreciar ser contrariado, aceita opiniões divergentes, se forem bem fundamentadas e servirem a seus propósitos. Embora seja temperamental, não guarda rancor.
Características negativas
As fraquezas do tipo colérico são a impaciência, a intolerância e o autoritarismo. Ele é competitivo e combatente, podendo ser violento, raivoso e explosivo. Na raiva é imprudente. Não tolera o que entende como fraqueza nos outros, especialmente quando está em busca de algo, o que o faz parecer insensível. Nessas ocasiões, pode até se tornar cruel. Procura sempre dominar, mas não controlar, e isso pode levá-lo a criar atritos e a ser brusco e imperioso. Tem dificuldade de delegar poderes, sendo centralizador. Sua franqueza pode levá-lo a ser indelicado ou rude. Também lhe falta sutileza. Sua postura e expressão frequentemente intimidam os outros. É vaidoso, orgulhoso e dificilmente aceita seus erros publicamente, tendo a tendência de transferir a culpa ou buscar uma desculpa. Sua intensidade faz com que tenha dificuldade de se divertir e relaxar. De todos os tipos, é o que mais facilmente se vicia em trabalho, bebida, drogas, jogos ou afins, porque tem a tendência de ser obsessivo. Também é bagunceiro, mas não desorganizado, e sua pressa e a busca por resultados podem fazer com que seja desatento a detalhes. Não suporta ser pressionado ou controlado.
Características físicas
O tipo colérico pisa forte, com o calcanhar, e geralmente tem o pescoço e ossos fortes. Sua postura é ereta, tendendo a cruzar os braços e as pernas, formando um “4” ao se sentar. Seus gestos são firmes e decididos. A constituição física do colérico é atarracada, com facilidade de engordar na região da barriga, porque gosta de comer, especialmente comidas bem temperadas e doces. Engole tudo rapidamente. Não gosta de roupas apertadas, especialmente na região do pescoço. Sua fala é arrastada e cinestésica, ou forte e rápida.
O rosto do colérico tem formato quadrado, com queixo forte e pronunciado, mas também pode ser um hexágono com a base horizontal ou o triangular. Seu olhar é penetrante e intenso, com os olhos espaçados. As sobrancelhas são grossas e retas. A boca pode ser carnuda e sensual e o nariz, largo. O perfil é reto, com a testa pronunciada e reta. O cabelo é ruivo, castanho-médio ou marrom-avermelhado.
A cor do colérico é o vermelho-alaranjado — também do grupo das cores quentes, com classificação nos tipos outono e spike. Spike, que em inglês significa “picante”, descreve bem o colérico. Seu elemento é o fogo, quente e passional.
As linhas retas, horizontais e verticais, por expressarem força, segurança e poder, quando encontradas nos formatos de rosto, feições e gestos, são indicadores de características coléricas.
Culturas que se caracterizam como coléricas são fortes, “masculinas”, intensas e passionais, como a irlandesa, a espanhola, a alemã, a russa, a dos vikings e as eslavas do norte da Europa. A música colérica é pesada e forte, caracterizada por marchas. É a música do rock pesado, de Beethoven e de Wagner; as danças são do tipo do tango e as marcadas com batidas do pé, como o flamenco.
Aos poucos, porém, esses valores foram corrompidos, primeiro pela decadência da nobreza, a partir do século XVII. Depois, com a criação da alta burguesia, durante a revolução industrial, esse estilo passou a ser uma manifestação de poder, sem princípios. Os nobres, que ainda viviam de acordo com os verdadeiros valores da nobreza, "esnobavam" essas pessoas. A palavra preconceituosa snob tem suas origens nas escolas particulares da Inglaterra, onde era costume colocar o título de nobreza ao lado do nome de cada aluno. Quando não havia título, colocava-se s.nob, uma abreviação do latim sine nobilitis, que significa "sem nobreza". Quando uma pessoa da classe média ascendente mostrava atitudes arrogantes e sem refinamento, chamavam-na de snob e a evitavam. Esnobavam-na. Todo esse processo é registrado na literatura europeia por Voltaire, Balzac, Dickens, Thackeray, Austen, Brontë, e Mann, e outros autores. Muitas das suas obras foram transformadas em filmes.
As classes dominantes dos séculos XIX e XX aos poucos foram sendo compostas por uma maioria burguesa, ao mesmo tempo em que se formava uma classe média e um proletariado, ambos com educação e poder econômico, que lhes davam direito a um estilo. Mas esses precisavam ser novos, que refletiam os pensamentos e valores que estavam em oposição ao pensamento da classe dominante conservadora. A mulher buscava se libertar do domínio masculino e estabelecer sua independência e minorias étnicas buscavam se valorizar. Um grande número de crenças, filosofias de vida e posicionamentos sociais surgiram no século XX: religiões diversas, liberalismo, socialismo, comunismo, anarquismo, os hippies, para citar alguns.
Pessoas começaram a manifestar seus valores na sua imagem, em oposição à classe dominante. Neste processo, foram sendo derrubados os padrões do estilo clássico conservador e uma multiplicidade de estilos se formou. Mas isso não quer dizer que a classe dominante de hoje não preservou um estilo, que continua sendo uma exibição de poder, ganho por privilégio ou riqueza econômica, mas sem outros valores. É um estilo que só pode ser comprado, baseado no luxo, na exclusividade, na associação a marcas de poder e à exibição de suas etiquetas, mas não pode ser individualizado ou personalizado, porque essas pessoas se submetem a um sistema totalitário em que o indivíduo é oprimido e massificado.
Um estilo pessoal só é possível quando a pessoa realmente tem valores e princípios próprios e um pensamento livre de padrões. Isso se aplica a qualquer pessoa, de qualquer classe, mesmo das dominantes. É preciso que ela saiba quem ela é e que tenha conteúdo. Vai refletir seu pensamento, seus valores, seu estilo de vida e sua personalidade. Assim, mesmo que seja semelhante à de outras pessoas e possa ser identificada com o estilo de um grupo de pessoas ("tribo"), será única - customizada a suas características únicas.
No Visagismo Philip Hallawell aprende-se a linguagem visual e um conjunto de técnicas e procedimentos para poder ajudar as pessoas a refletir e a definir tudo isso e estabelecer uma intenção, na qual será baseado seu estilo. É um processo que ajuda cada um encontrar seu lugar - único - neste mundo e evitar que seja engolida pela massificação. E abre as portas para se expressar sua plenitude, com entusiasmo e criatividade.
Por ₢Philip Hallawell
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