Há dois tipos de melancólicos: o artístico e o científico. Ambos são organizados, disciplinados, detalhistas, pragmáticos e perfeccionistas. São pacientes, profundos e pensativos. O tipo artístico é sensível, mas não demonstra grande entusiasmo ou emoção, embora seja romântico e delicado. É confiável e muito competente, porque sempre busca a perfeição. O tipo científico é mais frio do que o tipo artístico. É cerebral e lógico, muito organizado, sistemático e detalhista. Ambos os tipos têm grande poder de concentração, disciplina, paciência e persistência, finalizando o que começam. Respeitam os outros, são discretos e procuram nunca ser inconvenientes ou intrometidos.

As fraquezas do tipo melancólico são a ansiedade, a indecisão e o perfeccionismo excessivo. Ele é introvertido, tímido, quieto e retirado. Não gosta de ser o centro das atenções. Tem dificuldade de se impor e de confrontar situações ou pessoas. Pode ser rancoroso e vingativo. Sua falta de emoção pode constranger os outros e fazê-lo parecer antipático. Precisa se sentir no controle, o que pode torná-lo um controlador de fato. Não sabe lidar bem com o inesperado e o novo e tem medo do desconhecido ou do que não conhece bem. Por isso, segue regras e é conservador, o que prejudica sua criatividade. Pode, também, se tornar rígido, excessivamente exigente e inflexível, porque quer sempre perfeição e tudo sob controle. Dessa maneira, não é espirituoso. Pode ser arrogante, especialmente acerca de questões intelectuais. Também pode exigir demais de si próprio, desenvolvendo sentimentos de incapacidade e problemas de autoestima. O melancólico é o que mais tem tendência a sofrer de depressão e da síndrome do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), por causa da sua ansiedade.

O tipo melancólico tende a ser magro, longilíneo e angular. Seus gestos são precisos e graciosos. Seu porte é ereto e pisa com cuidado e precisamente, com a sola toda. Senta-se cuidadosamente. A mulher chega até a entrelaçar as pernas. Tem dificuldade de assumir uma posição relaxada. Gosta de roupas finas e modeladas e ornamentos graciosos, mas não vistosos. Raramente descuida da aparência em público. Come devagar e pouco, mas aprecia a boa culinária. Fala rápido e não muito claramente.

O formato do rosto do melancólico artístico é geralmente oval, mas também pode ser triangular invertido; o do científico é um retângulo, comprido e fino. O perfil é curvo, no tipo artístico, e reto no tipo científico. As feições são, geralmente, agrupadas, pequenas, arredondadas e delicadas. O nariz é longo e fino. A testa é alta. Os olhos são caídos, o que lhe dá um ar de tristeza. O queixo é, frequentemente, retraído e os lábios do tipo científico são, geralmente, estreitos.

Sua cor é o azul, portanto do grupo de cores frias, do tipo verão ou nilo. Seu elemento é a terra, rígida e segura.

As linhas curvas, por expressarem lirismo, sensibilidade e delicadeza, quando encontradas nos formatos de rosto, feições e gestos, são indicadores de características melancólicas, do tipo artístico. O tipo científico é composto por linhas retas verticais finas e rígidas.

As culturas em que a organização, a lógica e a reserva são valorizadas são as melancólicas, como as escandinavas, a inglesa e a germânica, embora esta última também seja bastante colérica. São culturas frias. A música melancólica é clássica, romântica, controlada e rítmica, como a de Bach, a dos noturnos de Chopin, a da bossa nova e a das baladas. As danças melancólicas também são organizadas, como no balé clássico, nos minuetos e outros, que exigem passos precisos e sequenciais. 

Do livro Visagismo Integrado: identidade, estilo e beleza (Senac SP, 2009) ©
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