Visagismo: um Diferencial Competitivo
Um dos principais objetivos de marketing é comunicar ao mercado o diferencial competitivo de uma empresa, para conseguir atrair novos clientes e reter os existentes. No mercado de beleza, a maioria dos profissionais procura novas técnicas, novos produtos ou estar informada das mais recentes tendências de moda e estilo, justamente para ter um diferencial em relação a seus concorrentes.
No mercado atual globalizado e com centenas de canais de informação – revistas especializadas, internet, televisão e feiras do setor – qualquer coisa nova é rapidamente disseminada por todo o mercado. Cursos, workshops e palestras de alto nível, que antes somente eram ministrados no exterior, hoje são encontrados nas principais capitais do país. Ao mesmo tempo em que tudo isso melhorou a qualidade dos serviços dos profissionais de beleza, dificultou a diferenciação entre eles. Por isso, cresceu a procura por cursos nos quais se ensina como melhorar o atendimento do cliente, o marketing e a administração do salão.
O Visagismo Philip Hallawell é um conceito que introduz novas técnicas de avaliação do cliente, o ensino da linguagem visual e um método de consultoria, criado por mim, que permite definir, com o cliente, um estilo personalizado, de acordo com seu tipo físico, sua personalidade, suas atividades e seus princípios. Apresenta soluções para o maior desafio do cabeleireiro: desvendar quem é seu cliente, descobrir o que deseja expressar pela sua imagem e criar um estilo que traduz essa intenção. Por isso, o interesse pelo Visagismo cresce exponencialmente. O público em geral, quando conhece o que oferece, também deseja ser atendida por um visagista.
Recebo, mensalmente, dezenas de solicitações de indicação de cabeleireiros visagistas, por e-mail e por telefone, de pessoas que leram uma matéria numa revista, num site, num blog, ou assistiram uma entrevista na televisão e visitaram meu site. Hoje há mais de 200 mil referências ao Visagismo na internet e eu já dei mais de 300 entrevistas sobre diversos dos seus aspectos. Quem se interessa pelo assunto e depois faz uma pesquisa, fica muito bem informado.
Recebi um telefonema, há pouco tempo, de uma mulher que me contou que tinha ido a um salão, onde perguntou se havia um visagista. A recepcionista disse que não sabia, mas que ia se informar com a gerência e voltou dizendo que todos os cabeleireiros eram visagistas. Quando foi atendida, percebeu imediatamente que o cabeleireiro não era formado em Visagismo, porque procedeu como qualquer outro cabeleireiro, sem fazer a consultoria. Evidentemente, a cliente se irritou com a tentativa de enganação.
Essa estória ilustra muito bem porque não se deve usar o Visagismo como arma de marketing se não estiver apto para praticar essa arte. Quando o cliente descobre que foi vítima de uma tentativa de fraude, ele pode se transformar no que os profissionais de marketing chamam de “vigilante”. Indignado, este contará para cerca de 20 pessoas o que ocorreu. O estrago que o vigilante faz à imagem e à reputação de um negócio é enorme e não há nada que se possa fazer para remediar a situação. É possível atrair clientes dizendo que oferece o visagismo, mas lembre-se que só conseguirá atrair quem já conhece algo a respeito, e essas pessoas vão comparar o que é feito com o que vêem em reportagens e na internet.
O interesse pelo Visagismo cresce constantemente mas, infelizmente, tenho notícias de profissionais falando que são visagistas, quando na realidade nem sabem reconhecer formatos de rosto, muito menos conduzir uma consultoria, e de salões anunciando esse serviço, sem possuir profissionais habilitados. Algumas pessoas ainda pensam que o Visagismo se resume a simplesmente harmonizar o corte e a cor do cabelo com o formato do rosto e o tom de pele. Não é isso que encanta o cliente, mas a ideia de passar por uma consultoria e a possibilidade de alguém criar um estilo que combina perfeitamente com quem é.
A pessoa que passa por todo o processo – análise, consultoria, estabelecimento da intenção e criação da imagem – tem uma experiência tão rica, que, geralmente, a compartilha com seus amigos. A prática do visagismo gera a melhor propaganda que existe, o boca-a-boca, e cria o tipo de cliente com o qual todo empresário sonha, o que em marketing se chama de “evangelista”. Este recomenda, entusiasmado, seus serviços a cerca de sete amigos. Perceba que, para cada “vigilante” é preciso ter três “evangelistas”, para desfazer o estrago! É por isso que não vale o risco tentar ser “esperto” e usar o visagismo como marketing, sem praticá-lo. Não se deve nunca tentar se diferenciar com algo que não se possui, um dos princípios do marketing.
Por outro lado, o negócio de um verdadeiro visagista tem enorme potencial de crescimento, desde que também tenha excelência técnica e um atendimento primoroso. Ele precisa saber desenvolver uma estratégia de marketing para poder capitalizar esse grande diferencial e, em alguns casos, até reestruturar seu negócio. Pelo que tenho testemunhado ao longo dos últimos quinze anos, o esforço é altamente recompensado, financeira e emocionalmente.
Por ₢Philip Hallawell
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