A Julia é uma artista multimídia talentosíssima. Artista Plástica, Ilustradora, Maquiadora, Designer de Moda e super jovem. Queixava-se que sua aparência de muito jovem fazia com que clientes questionassem sua qualificação e capacidade pra os trabalhos. Que não desejava mais carregar o estereótipo de menininha bonita, aliás, nem sempre estava segura quanto a sua beleza, ainda que fosse linda até mal-humorada. Dona de um temperamento explosivo e de um estilo dramático, desejava que sua imagem comunicasse mais segurança, credibilidade e muita contemporaneidade e criatividade.
Na consultoria informamos o que o cabelo longo comunicava e o que os traços da fisionomia, principalmente sanguíneos e coléricos comunicavam sobre as suas qualidades interiores. Imediatamente ela se identificou com a imagem descrita e disparou: "Essa é a Julia que eu gostaria de ver no espelho." Ainda com um certo apego ao cabelo longo, fizemos a adequação da imagem gradativamente e a cada novo corte, nos aproximávamos mais do nosso objetivo até que um dia ela chegou com um conceito:
Quero que fique evidente que sou sofisticada, mas não careta. "Algo de Avant-garde mas "chic" ao mesmo tempo, dá Alan?", perguntou ela.
A sugestão foi um undercut (dramático), mantendo as costeletas um pouco mais longas em formato de "pontas" (criativo). Franja em alto contraste com o resto do cabelo (dramático), em nuances levemente quentes e apastelados (energia e sofisticação) a ser modelada sempre para o alto, para deixar a testa evidente (expondo a testa colérica) e direcionada para o seu olho "máscara" (protegendo-a de evidenciar o instável emocional sanguíneo).

Quando ouviu em sala de aula no curso de maquiador falar sobre Visagismo Philip Hallawell ela declarou "quero isso para minha vida". Com traços predominantemente sanguíneos e coléricos chegou ao salão com uma imagem tímida, introvertida, nem fizemos fotos do "antes", fomos direto para a consultoria confiando que teríamos alguma foto no celular dela ou nas redes sociais. Estávamos, nós e ela ansiosos por trazer a força dela para fora. Na consultoria ela reconheceu a energia (contida), a extroversão (abafada pelo cabelo reto) e a intensidade (disfarçada pelo peso do cabelo longo). O seu desejo foi uma imagem que indicasse independência, disciplina, competência com uma pitada de leveza e criatividade.
Sugerimos uma proposta que trouxesse a imagem de independência e força (fazendo com que a lateral mais curta do cabelo apontasse para o seu queixo (triangular), o toque de criatividade ficou por conta do cabelo levemente assimétrico para trazer a sensação de movimento, com as pontas desenhando ao mesmo tempo leveza e delicadeza (mais contidas) com mechas finas, em tons de bege, com um leve nuance dourados. Tendo os cabelos naturalmente lisos, a sugestão de modelagem era flexível: para as ocasiões que precisasse de mais disciplina e organização que mantivesse o cabelo com caimento natural e nas ocasiões em que desejasse comunicar mais criatividade, que usasse algum tipo de texturizador, para dar um ar "divertidinho" aos cabelos.